16/07/2013

Parafernália


O chá sobre a mesa esfria após mais uma discussão, ela está sentada à mesa com uma lágrima manchando o rosto, ele está no sofá fingindo ver televisão. Ela respira fundo esperando se controlar para não ir mata-lo, ele fecha os olhos querendo que o pesadelo acabe. Ambos sabem quem está errado, ambos sabem quem provocou mais, e odeiam estar assim. Não foi assim que ela imaginou as coisas, mas já estava se acostumando. Ele disse que iria mudar, mas foi difícil se controlar. Os segundos se arrastavam, eles não podiam ficar assim para sempre. Ele levantou do sofá e caminhou até a cozinha, onde ela estava com a cabeça abaixada – e sequer a levantou. Ele chegou perto dela, agachou do seu lado e colocou uma mão em seu queixo, levantou o rosto dela e olhou naqueles olhos pretos hipnotizantes. Um pedido de desculpas foi dito em silêncio, por ambas as partes. Ele então a abraçou, embalou-a com os braços e a aqueceu com seu calor, nenhuma futilidade iria dividi-los. Abraçados ficaram a noite inteira, um amando o outro e sorrindo, o frio lá fora dava espaço ao calor ali dentro . Se no fim tudo acabasse assim, então estava tudo bem.

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