21/02/2013

Homens de terno


Estou cansada das mesmas conversas diárias, dos mesmos assuntos sem sentido, da mesma banalidade casual. Estou cansada das mesmas pessoas e de seus padrões patéticos de vida. Cansada de ver milhares de pessoas a minha frente e na verdade não ver nada além do vazio que cada uma representa. É incrível como a fé de uma criança remove montanhas e seu coração é gigantesco, como um adolescente não tem medo de se jogar no amor, não tem medo de se arriscar e às vezes consegue achar o erro da sociedade, e é mais incrível ainda quando tudo isso deixa de ser importante quando viramos adultos – tudo que passamos a acreditar num dia, no outro some e então já somos robôs escravizados de nossa sociedade capitalista e masoquista. Dizer que todos são assim é loucura, mas a minoria se faz cada vez menor e qualquer forma de expressão é reprendida e vista como idiotice e loucura pelos homenzinhos de terno.

Um comentário:

  1. Essa reflexão me fez lembrar disso:

    "As pessoas vão se agarrando às cegas a tudo que existe: comunismo, comida natural, zen, surf, balé, hipnotismo, encontros grupais, orgias, ciclismo, ervas, catolicismo, halterofilismo, viagens, retiros, vegetarianismo, Índia, pintura, literatura, escultura, música, carros, mochila, ioga, cópula, jogo, bebida, andar por aí, iogurte congelado, Beethoven, Bach, Buda, Cristo, heroína, suco de cenoura, suicídio, roupas feitas à mão, voos a jato, Nova York, e aí tudo se evapora, se rompe em pedaços. As pessoas têm de achar o que fazer enquanto esperam a morte."

    Charles Bukowski

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