04/11/2020

Oxigênio que me oxida

Sabe, ninguém nunca disse que seria fácil. Ninguém nunca contou que o caminho da arte era fácil de trilhar

Ninguém me disse que haveria auto-cobrança, crises de ansiedade, bloqueios criativos, pressão e uma enorme sensação de se estar perdida. Não, ninguém falou nada disso. Foi preciso viver cada sentimento desses em sua pura essência e tentar sair por cima. 

E assim como vivi cada dor, também encontrei realização. Não me contaram também sobre a alegria ao ver cada texto meu ser compartilhado, sobre me apaixonar e desapaixonar pelos personagens e histórias. Sobre mergulhar fundo em mim mesma e descobrir novos oceanos. Também não me disseram sobre a sensação de estar completa, preenchida, de saber o meu lugar no mundo. De ter o coração acelerado e um sorriso que chega aos olhos. Assim como senti as dores, senti também os amores. 

E por fim, descobri, que a arte é uma montanha russa. Que a escrita é um frio constante na barriga. Que é um se perder e se achar a todo momento. Que as palavras residem em mim, no cerne da minha alma. Foram parte de mim ontem, hoje, e serão sempre como o oxigênio que respiro. As palavras me dão vida, mas às vezes me matam também, me oxidam. 

E mesmo tendo medo de montanha russa, eu não mudaria em nada essa aventura. Continuaria me arriscando, errando e acertando. E vivendo. Por que essa é a melhor parte sobre a vida e sobre a arte: ser intenso, do começo ao fim, e viver. Não só sobreviver.  

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