[…] Chartrand respirou fundo.
- Não entendo o que vem a ser uma onipotência benevolente.
O Carmelengo
sorriu.
-
Você anda
lendo a Sagrada Escritura.
-
Eu tento.
-
E está
confuso porque a Bíblia define Deus como uma divindade onipotente e
benevolente.
-
Exato.
-
Onipotente
e benevolente significa apenas que Deus é todo-poderoso e bem-intencionado.
-
Compreendo
o conceito. É que parece haver uma contradição aí.
-
Sim. A
contradição é a dor. A fome, as guerras, as doenças.
-
Exatamente!
Chartrand sabia que o Carmelengo compreenderia. – Coisas terríveis acontecem neste
mundo, A tragédia humana é como uma prova de que Deus não pode ser simultaneamente todo-poderoso e
bem-intencionado. Se Ele nos ama e
tem o poder de mudar nossa situação,
Ele deveria evitar nossas dores, não é?
-
Deveria
mesmo? – perguntou o Camerlengo.
-
[...] Bem,
se Deus nos ama, se é capaz de nos proteger, Ele deveria, sim. Parece que Ele é
onipotente e indiferente ou, ao contrário, benevolente e incapaz de nos ajudar.
-
- Tem filhos, tenente?
-
Não, signore.
-
Imagine se
tivesse um filho de oito anos. Você o amaria?
-
Claro.
-
E faria
tudo o que pudesse para evitar que ele sofresse na vida?
-
Claro que
sim.
-
E deixaria
que ele andasse de skate?
-
Sim, acho
que sim. Com certeza deixaria que andasse de skate, mas diria a ele para ter
cuidado.
-
Quer dizer
que, como pai desse menino, você lhe daria uns bons conselhos básicos e
deixaria que saísse e cometesse seus próprios erros?
-
Eu não
correria atrás dele para mimá-lo, se é o que o senhor quer dizer.
-
E se ele
caísse e ralasse o joelho?
-
Ele
aprenderia a ser mais cuidadoso.
-
Então,
quer dizer que, mesmo tento o poder
de interferir e evitar que seu filho sentisse dor, você optaria por demonstrar seu amor deixando-o aprender suas próprias
lições?
-
Claro, a
dor é parte do crescimento. É como aprendemos.
O carmelengo sacudiu a cabeça.
-
Exatamente.
Conversa entre Chartrand (Guarda Suiça) e o
carmelengo Carlo (camarista do Papa).
Anjos e Demônios – Dan Brown
O livro também
fala de fé e Deus.
Digamos que Deus é Esperança
ResponderExcluire divagar é bom
com ou sem bonança, mesmo das palavras... -.`)
Beijinhos de aqui Rafaela
Boa e feliz semana.
Já li esse livro e amei.
ResponderExcluirAprendemos com nossos erros e por nossa própria experiência, não devemos ser poupados
beijos
http://lolamantovani.blogspot.com