
“[...]
Em certas reencarnações, nós nos dividimos. Assim como os cristais, e as
estrelas, assim como as células e as plantas, também nossas almas se dividem. A
nossa alma se tranforma em duas, estas novas almas se transformam em outras
duas, e assim, em algumas gerações, estamos espalhados por boa parte da Terra.
[...]. Fazemos parte do que os alquimistas chamam de [...] Alma do Mundo. Na verdade, se a Alma do Mundo fosse apenas se
dividir, ela estaria crescendo, mas também ficando cada vez mais fraca. Por
isso, assim como nos dividimos, também nos reencontramos. E este reencontro
chama-se Amor. Em cada vida temos uma
misteriosa obrigação de reencontrar pelo menos uma dessas Outras Partes [...].
Era possível conhecer a Outra Parte pelo brilho nos olhos – assim, desde o
início dos tempos, as pessoas reconheciam seu verdadeiro amor. [...]. Podemos
encontrar mais de uma Outra Parte em cada vida e quando isto acontece, o
coração fica dividido e o resultado é dor e sofrimento. Podemos encontrar três
ou quatro Outras Partes, porque somos muitos e estamos espalhados. [...]. A
essência da Criação é uma só, e esta essência chama-se Amor. [...]. somos
responsáveis por reunir de volta, pelo menos uma vez em cada encarnação, a
Outra Parte que com certeza irá cruzar o nosso caminho. Mesmo que seja por
instantes, apenas; porque esses instantes trazem um Amor tão intenso que
justifica o resto de nossos dias.”
Brida
– Paulo Coelho.
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